Para 2021
- Daniela Pinhel
- 4 de jan. de 2021
- 3 min de leitura
2021 é, possivelmente, o ano mais desejado de sempre. O grande "vinte-vinte" por que tanto ansiávamos revelou-se uma total e completa desilusão e acabou por ficar muito longe de corresponder ao nível de responsabilidade que a maioria de nós lhe atribuiu. Quando faço uma retrospetiva de 2020, lembro-me das elevadas e nada saudáveis expectativas que coloquei - e que, para ser sincera, tenho colocado ao longo dos anos. A verdade é que não sou uma pessoa que dê imenso valor às passagens do ano, pelo contrário, até as considero carregadas de uma nostalgia demasiado pesada. Mas elas parecem trazer consigo novos começos, metas e sonhos que ainda estão por concretizar, e isso até nos dá algum alento. A questão é que, como sempre, tudo depende de nós. Não podemos esperar que de um dia para o outro uma pitada de sorte caia do céu e venha diretamente colocar-se no nosso caminho e na história que decidimos escrever. A sorte, em parte, concretiza-se e deve-se ao esforço de cada um de nós por alcançá-la e por alcançarmos todos esses começos, metas e sonhos. Ao olhar para 2020 lembro-me imediatamente da lista de desejos que escrevi (e que, inclusive, publiquei aqui no blog) e recordo-me da sensação de peso que trazia comigo por pensar neste como um dos anos mais decisivos da minha vida. Admito que nunca tinha tido por hábito escrever objetivos e desafios para cada ano, mas achei interessante fazê-lo e, o que à partida deveria ser um hábito motivador, acabou por se tornar algo realmente tóxico. A verdade é que com o bater das doze badaladas veio não só a clássica esperança de renovação, como também uma grande quantidade de pressão que eu, quase de forma inconsciente, estava a colocar em mim própria e em doze meses que não conquistavam todas aquelas metas, sem que eu me esforçasse para tal. Ou em metas que não teriam o seu lugar naquele período de tempo.
Quando olho para trás vejo 366 dias intensos e desafiantes, dias de sofrimento, de choro, fracasso e azar. Mas, apesar de tudo, também consigo ver o meu crescimento, que não teria sido possível sem todos os desafios que este longo ano me trouxe. Claro que também houve imensos dias felizes, nunca me faltou nada e sinto-me muito grata por isso. Vendo bem, foi curiosamente num dos anos mais difíceis que eu decidi lançar este blog, cuja ideia andava a deambular pela minha cabeça há já algum tempo. E, só por isso, já valeu a pena.
Para 2021 não peço muito. Na verdade não peço absolutamente nada: nem desejos, nem sonhos, não crio expectativas ilusórias nem adiro a superstições comuns que nos ajudam a acreditar que tudo correrá às mil maravilhas. Farei igualmente a minha pequena lista de objetivos que gostaria de concretizar - acho que vai passar a ser uma tradição - mas, desta vez, decidi que não lhe vou adicionar nenhum condimento extra que lhe dê mais peso do que o suposto. Decidi também que aquilo que eu conquistar durante este ano será ótimo, mas tudo aquilo em que eu falhar também o será porque me vai fazer crescer. E tanto falhar como crescer fazem parte da vida. Se não for este ano, será noutro. E se nunca for, está tudo bem.
Um bom ano para vocês!
Beijinhos e até ao próximo post ♡
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